Aqueles que se aventuraram em cultivar um jardim sabem que, apesar de parecer uma tarefa simples, exige alguns cuidados básicos para que o mesmo floresça. Não basta apenas comprar as sementes, a terra e deixar crescer. É preciso regar, na medida certa, conhecer o perfil de cada planta, o que ela mais precisa, retirar as folhas danificadas, evitar ventos intensos, entre outros cuidados para que a planta se desenvolva. Ao olharmos para a beleza de uma flor, por exemplo, precisamos enxergar o que há por traz disto: alguém que acreditou, investiu, cuidou, valorizou e confiou que aquela semente poderia se transformar em uma flor.
Existem algumas semelhanças no que diz respeito ao cuidado que destinamos aos seres humanos e o impacto que este assume na constituição de sua subjetividade, especialmente no que se refere à formação da sua autoestima. Para desenvolver a autoestima positiva ou para uma pessoa aprender a gostar de si é preciso que suas necessidades básicas sejam supridas. No entanto, somente isto não é suficiente é imprescindível algo a mais: cuidado, carinho, afeto, amizades, aprovação dos amigos e família, respeito, reconhecimento entre muitos outros aspectos.
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As experiências e os laços afetivos estabelecidos, ao longo vida, vão compondo a forma como nos percebemos e como passamos a nos relacionar com o mundo. A visão positiva ou negativa que temos de nós mesmo começa a se desenvolver já bastante cedo, desde a infância, especialmente, a partir do olhar daqueles que convivem com a criança e da "leitura" que fazem sobre a suas competências.
Ao longo da vida estas percepções podem ir se cristalizando ou se transformando e passam a integrar e determinar características pessoais. O conhecimento destas características leva a pessoa a assumir responsabilidades condizentes com suas capacidades, a partir da sua compreensão do seu papel e de suas habilidades na sociedade. No caso, de uma percepção negativa, pode ocorrer um impedindo no que tange ao desenvolvimento destas competências com excelência.
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Diante disso, você já parou para pensar em como você se percebe? Que imagem você tem de si? Quais as suas potencialidades e preferências? E como tudo isto pode afetar a nossa vida financeira?
Todos estes questionamentos são bastante pertinentes para nos conhecermos melhor e compreendermos os nossos comportamentos e sentimentos frente à vida e a nós mesmos, especialmente, no que tange ao consumo e a gestão da sua vida financeira. A forma como eu invisto o dinheiro, o comportamento que eu tenho frente ao consumo, a percepção que eu tenho sobre a minha capacidade de administrar as minhas finanças são atravessadas por esta percepção.
Pessoas que tem a autoestima elevada tendem a acreditar mais em si e atribuir o fracasso muito mais ao ambiente externo do que a fatores internos. Assim, quando encontram dificuldades tendem a se esforçar mais para atingir um melhor desempenho. Se sentem mais confiantes e capazes inclusive para tomada de decisões sobre o consumo e o manejo do dinheiro.
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Por outro lado pessoas com baixa autoestima podem apresentar dificuldades com as finanças porque outras áreas da sua vida podem estar comprometidas também. Elas tendem a ficar excessivamente preocupada com o seu desempenho em situações sociais e ter o seu comportamento de consumo afetado por isso e mais pautado na pressão externa do que em suas necessidades. A vontade de agradar os outros ou de se sentir amado pode, por exemplo, determinar, padrões de consumo além de suas possibilidades. Além disso, apresentam ideias e percepções distorcidas e até mesmo prejudiciais para si, atingindo também a dimensão financeira.
Sendo assim, "cultivar" a si mesmo pode ser uma alternativa interessante e auxiliar você quanto à gestão das suas finanças. Se conhecer melhor, curar suas feridas e buscar um autoconhecimento pode colaborar tanto para o aprimoramento do seu potencial humano como pode ajudar na sua vida financeira.
